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95 pontos – Quinta Vale D. Maria Vinha de Martim Branco 2019
Quinta Vale D. Maria, São João da Pesqueira
Castas: várias
Região: Douro
Graduação: 13,5% vol.
Preço: 62,50€

Se Portugal fosse a França, por exemplo, o concelho de Murça já há muito que teria direito a uma denominação de origem própria no meio do grande Douro. É uma das melhores zonas para a produção de vinhos brancos. E isto não é apenas um palpite, baseia-se na evidência, no elevado número de brancos de qualidade que ali têm origem. Um deles é este Vale D. Maria Vinha de Martim, um dos melhores brancos do Douro. Provém de uma vinha velha multicastas situada junto à aldeia de Martim – daí o nome. É apenas um hectare, mas é um hectare que vale ouro. As uvas das diferentes castas são fermentadas em simultâneo e tanto a fermentação como o envelhecimento do vinho, segundo o produtor, é feito em barricas novas de carvalho francês por um período mínimo de nove meses. Esta nova colheita prova, uma vez mais, que não há razões para estigmatizar o uso de barricas novas, desde que as barricas sejam boas e utilizadas de forma judiciosa. Pior do que usar barricas novas é fazer um vinho de lote com uma parte em barricae outra em inox. Nem é carne, nem é peixe. E a experiência também nos diz que assumir a barrica desde o início do processo, fermentando lá o mosto, é o mais aconselhado, porque permite integrar melhor no vinho o contributo da madeira. É o que acontece com o Vale D. Maria Vinha de Martim 2019. Mesmo quem não goste de brancos de barrica não vai torcer o nariz, porque o toque amadeirado que se percebe é elegante e virtuoso. Lembra um Borgonha de grande qualidade, gordo, maduro mas ao mesmo tempo requintado, harmonioso e salivante. Tem uma textura sedosa e enche a boca de puro prazer, mostrando uma amplitude, uma sapidez e uma vivacidade notáveis. O seu único pecado é a juventude. Um branco destes merecia mais tempo de garrafa. Até pelo preço. Num produtor pequeno, até se compreenderia a pressa. Num gigante como a Aveleda, não. Quem o guardar, não se arrependerá.

Fonte: Público