Um ano fresco e chuvoso, que traz consigo bons vinhos
No Douro, a imprevisibilidade climática tornou-se a norma. Após uma sequência de anos quentes e concentrados, 2021 trouxe frescura ao longo do ciclo vegetativo e mesmo durante a vindima. A disponibilidade hídrica do solo duriense tem um impacto muito forte nas videiras e nos mostos. As chuvas de inverno satisfizeram as reservas até ao Pintor, mas em julho e agosto a ausência de água fez-se sentir. No entanto, as noites mais frias e a ausência dos costumeiros picos de calor fizeram com que as maturações se desenrolassem de forma equilibrada. As inesperadas chuvas de setembro vieram colmatar as necessidades de água. Apesar de ameaçarem o estado sanitário das vinhas, e a concentração dos bagos, um acompanhamento atento e a decisão certeira do momento de vindima foram determinantes para a qualidade final dos vinhos.
“Um ano fresco e chuvoso no Douro é sempre bom. As videiras sofrem menos, mantemos o coberto vegetal em boas condições para a maturação e, por isso, geralmente temos bons resultados. Particularmente nos brancos onde consideramos um ano mesmo muito bom. Os tintos estão ainda muito jovens, mas também beneficiam deste tipo de anos, onde vamos encontrar menos aromas de
Pedro Barbosa, Diretor de Viticultura
sobrematuração e mais aromas de fruto maduro, desde fruto preto no Douro Superior a fruto mais vermelho no Cima Corgo. Nas duas quintas foram vindimas mais tardias que o normal. Começámos apenas em setembro e prolongaram-se para lá de 5 de outubro.”