A Quinta Vale D. Maria, situada no coração do Vale do Douro, é uma das propriedades mais icónicas e respeitadas da região. Conhecida pela produção de vinhos excecionais, a Quinta tem um compromisso com a qualidade e a tradição que se reflete em cada garrafa. Embora o Douro seja amplamente reconhecido pelos seus vinhos tintos e pelo Vinho do Porto, as castas brancas também desempenham um papel fundamental na diversidade e na excelência dos vinhos produzidos. Neste artigo, exploramos as vindimas na Quinta Vale D. Maria, com um foco especial nas castas brancas que dão origem a vinhos frescos, aromáticos e complexos, como é o caso do Vale D. Maria Vinha de Martim.
As Castas Brancas da Quinta Vale D. Maria
Na Quinta Vale D. Maria, a diversidade de castas brancas plantadas é cuidadosamente selecionada para tirar o máximo proveito do terroir único do Douro. Além disso, fazem todas parte da categoria Vinhas Velhas o que lhes confere um carácter ainda mais especial e o qual necessita de uma maior atenção por parte da equipa de viticultura.
As principais castas brancas cultivadas incluem:
– Viosinho: Com acidez vibrante e aromas cítricos e florais, esta casta traz frescura e elegância aos vinhos brancos da quinta.
– Rabigato: Valorizada pela sua capacidade de manter a acidez em climas quentes, produz vinhos estruturados com bom potencial de envelhecimento.
– Gouveio: Também conhecida como Verdelho, oferece aromas de frutas tropicais e uma textura rica, adicionando profundidade aos vinhos.
– Códega do Larinho: Contribui com aromas frutados e uma acidez equilibrada, proporcionando vinhos harmoniosos e saborosos.
A Vindima na Quinta Vale D. Maria
A vindima na Quinta Vale D. Maria é um evento marcante que celebra tanto a tradição quanto a inovação. A colheita das uvas brancas na Vinha de Martim prevê-se que este ano começará a meados de agosto e estender-se-á até setembro. Este período é crucial, pois a escolha do momento exato da vindima afeta diretamente a qualidade dos vinhos.
A Vindima
Na Vinha de Martim, à semelhança de todas as vinhas da Quinta Vale D. Maria, a vindima das uvas brancas é feita exclusivamente de forma manual. Esta abordagem permite uma seleção rigorosa das uvas, garantindo que apenas os frutos de melhor qualidade sejam usados na produção dos vinhos. As uvas são colhidas nas primeiras horas da manhã para preservar a frescura e evitar a oxidação.
A Vinificação
Após a vindima, as uvas são rapidamente transportadas para a adega, onde começam o processo de vinificação. Este processo envolve várias etapas cuidadosas para extrair o melhor dos aromas e sabores das castas brancas.
– Desengace e Prensagem: As uvas são desengaçadas e suavemente prensadas para extrair o mosto. Este processo é crucial para garantir a qualidade do vinho uma vez que é possível melhor controlar a extração de taninos (compostos responsáveis pela adstringência e estrutura do vinho – também presentes nas grainhas das uvas) e de cor; preservar os aromas mais delicados das uvas; garantir a qualidade do mosto com menos impurezas e compostos que prejudicam o sabor final do vinho e, finalmente, para garantir a elegância e equilíbrio do produto final, tornando-o mais refinado e harmonioso.
– Fermentação: O mosto fermenta em cubas de aço inoxidável durante 24 horas a temperaturas controladas, o que ajuda a preservar os aromas frutados e a frescura dos vinhos. Posteriormente, o mosto é transferido para barricas novas de carvalho francês, onde fermenta durante 25 dias a temperaturas controladas.
– Envelhecimento: O Vale D. Maria Vinha de Martim estagiou nessas barricas durante 9 meses, com bâttonage(técnica enológica que consiste no levantamento das borras finas que se encontram depositadas no fundo das barricas. Este processo permite o enriquecimento do corpo e textura; aumento de intensidade aromática, proteção contra oxidação e redução de acidez do vinho).
O Vinho Vale D. Maria Vinha de Martim
História
Em 2015, a equipa de viticultura de Quinta Vale D. Maria começou a explorar uma vinha única, com mais de 80 anos e na qual estavam plantadas vinhas com mais de 20 castas de uvas brancas diferentes. O Vale D. Maria Vinha de Martim Douro branco mostra o carácter único e distinto das diferentes parcelas de vinhas velhas que se espalham pelo Douro transmitindo a verdadeira autenticidade desta região demarcada.
Prova Vertical
A primeira colheita de Vale D. Maria Vinha de Martim a ser lançada no mercado foi a de 2017, desde aí foi lançada todos os anos, terminando na colheita atual, de 2021.
A prova vertical do Quinta Vale D. Maria Vinha de Martim mostra uma consistência impressionante em termos de frescura e mineralidade, com cada colheita a apresentar nuances que refletem as condições climáticas e a evolução do vinho ao longo dos anos. O 2017 destaca-se pela complexidade e textura, enquanto as colheitas mais recentes, como 2020 e 2021, mostram grande frescura e potencial de envelhecimento.
Notas de prova
O Vale D. Maria Vinha de Martim seduz pela sua cor e caráter aromático. A mistura de aromas vai desde os herbáceos aos cítricos, passando por fruta mais doce, envolvida pelas notas abaunilhadas e de especiarias despertadas pela fermentação e estágio em madeira. Em boca, mostra mais complexidade com uma frescura agradável, envolvente e saborosa. Este vinho anuncia-se discretamente, para depois revelar um final longo e surpreendente, com uma persistência elegante.
As vindimas na Quinta Vale D. Maria são um momento de celebração e trabalho árduo, refletindo a dedicação à qualidade e à tradição que define esta renomada propriedade. As castas brancas desempenham um papel crucial na criação de vinhos frescos, aromáticos e complexos que capturam a essência do terroir do Douro. Entre os melhores vinhos tintos do Douro, encontramos estas jóias de castas brancas de vinhas velhas, que produzem vinhos frescos, aromáticos e também complexos como os melhores vinhos brancos do mundo, exprimindo a essência do terroir do Douro de uma forma inusitada.