No Douro, as vindimas de 2021, começaram no passado dia 16 de agosto, com a casta Viosinho, a primeira a ser vinificada na Quinta Vale do Sabor.
O responsável de viticultura da Quinta Vale D. Maria e da Quinta Vale do Sabor, José Vasconcelos, partilhou connosco o seu parecer sobre o ano vitícola na região duriense, referindo que este será “um ano ao estilo mais clássico do Douro”.
As condições meteorológicas e o desenvolvimento da vinha
O inverno foi frio e pouco chuvoso. Apesar disso, os aguaceiros, ocorridos durante a primavera, prolongaram a existência de água nos solos para a época de crescimento da vinha. Solos mais húmidos permitiram à vinha ter reservas hídricas para fazer face a um verão mais seco, embora mais fresco que o normal, nomeadamente na sub-região do Douro Superior.
No final de maio, o Douro foi atingindo por um granizo intenso que provocou graves danos a inúmeros hectares de vinhas. As vinhas da Quinta Vale D. Maria e da Quinta Vale do Sabor foram poupadas, evitando-se danos na produção.
Os picos elevados de temperatura, tão comuns na região do Douro, não se fizeram sentir este ano. As temperaturas foram menos intensas, o que fez com que a maturação das uvas fosse mais constante.
Cultivar o equilíbrio
A dedicação e trabalho constante da equipa de viticultura são fatores essenciais para o sucesso de uma vindima e para a longevidade da vinha.
A equipa de viticultura da Quinta Vale Dona Maria procura, entre outros, a homogeneidade das vinhas. O acompanhamento das diferentes parcelas e castas é importante para garantir o seu crescimento homogéneo, que resulta em vinhas com produções mais equilibradas e constantes ao longo do tempo.
Este é um desafio particularmente difícil na região vínica do Douro devido às suas caraterísticas tão particulares – diferentes exposições solares, cotas, solos e sistema de plantação (vinha ao alto, socalcos e patamares). José Vasconcelos partilha – “Na Quinta Vale D. Maria este trabalho é mais difícil, principalmente com as vinhas mais velhas.”
Um ano ao estilo clássico do Douro
O equilíbrio foi a palavra-chave deste ano vitícola. Um equilíbrio que resultou de um conjunto de fatores, desde as favoráveis condições meteorológicas, pouca pressão de doenças na vinha e uma vigilância constante da equipa de viticultura.
Assim, José Vasconcelos espera “um ano com produção equilibrada, maturações a ocorrerem de forma regular. Acredito que será um ano equilibrado e com fruta, podendo chegar a ser um ano ao estilo mais clássico do Douro” para os vinhos de Quinta Vale D. Maria.