A diversidade de castas tornam este vinho profundo e intenso, com aromas de cereja, ameixa e amora silvestre, típicos do field blend na sua génese.
2017 caracterizou-se por um ano extremamente seco e quente. O ciclo vegetativo adiantou-se significativamente, fazendo com que a vindima na Quinta Vale D. Maria se tenha iniciado no dia 21 de agosto com as uvas brancas, e a 26 de agosto com as uvas tintas. Esta foi a vindima mais precoce de que temos memória. Em 2017, não houve muita precipitação. Durante os meses de junho, julho e agosto registaram-se temperaturas muito elevadas, o que levou a um forte stresse hídrico, térmico e luminoso, condicionando a produção da videira. Ainda assim, verificou-se um aumento de produção face a 2016, mesmo não tendo havido o aumento inicialmente esperado. No nosso tapete de escolha, houve muito pouca rejeição de fruta, dado 2017 ter sido um ano de muito boas condições fitossanitárias. A concentração nos bagos, devido ao calor e à falta de água durante o período de maturação, acelerou o amadurecimento e resultou em mostos de grande complexidade e qualidade.
Origem das uvas: Um blend de 41 castas diferentes, onde se encontram, entre outras, o Rufete, a Tinta Amarela, a Tinta Francisca, Sousão, a Touriga Franca, a Tinta Roriz e muitas outras típicas do Douro, procedentes dos 10 hectares de vinhas velhas originais da Quinta Vale D. Maria. As vinhas têm idade superior a 60 anos, com exposição Sul, Sudeste, Sudoeste, Nascente e Poente. Na Quinta Vale D. Maria cuidamos das nossas vinhas através de tratamentos sustentáveis, com recurso a erva cavalinha, composto orgânico, algas marinhas e urtigas para proteção contra doenças fúngicas. Procuramos assim, nutrir o solo e criar plantas mais saudáveis de forma sustentável.
Vinificação e envelhecimento: As vinhas velhas da Quinta Vale D. Maria estão divididas em parcelas diferentes e cada parcela é colhida à mão. As uvas são selecionadas antes de entrarem na adega. São desengaçadas e pisadas em lagares de 1 a 3 dias antes da fermentação que ocorre em lagar e/ou em cubas de aço inoxidável. Em lagar, os vinhos são pisados a pé todas as noites, em cubas de aço inox, fazem-se remontagens manuais. Os vinhos são tirados a limpo para barricas novas de carvalho francês, de 225L, provenientes de diversas tanoarias (Seguin Moreau, François Frères, Taransaud, Nadaliee Berthomieu), onde se processa a fermentação maloláctica. Todos os vinhos estagiam depois durante 21 meses em barricas de carvalho francês (70% de barricas novas e 30% de barricas de um ano), sendo os diferentes lotes obtidos, de cada fermentação, mantidos completamente separados até à composição do lote final, cerca de um mês antes do engarrafamento.
Notas de prova: Este vinho tem uma fruta espetacular, a transbordar do copo, com aromas saborosos de cereja, ameixa e amora silvestre, típicos do field blend. É concentrado, com uma estrutura elegante e um vigor que intensifica a textura suculenta. É equilibrado, com um sentimento de frescura no meio de um blend harmonioso, tornando este vinho extremamente elegante. Pode ser bebido agora, pela experiência da fruta fresca, ou pode ser guardado, e envelhecido em garrafa durante muitos anos.
Gostamos de combinar este vinho com pratos de caça, como perdiz e codorna. A carne assada lentamente, com batatas assadas no forno e vegetais também é uma das favoritas.