O Inverno 2019/2020 foi bastante positivo na Região Demarcada do Douro, no sentido em que houve a capacidade de repor os níveis hídricos no solo. Contudo, o mês de Fevereiro foi mais quente que o normal, o que provocou um abrolhamento precoce e obrigou a alguns ajustes logo no início do ciclo. O início da Primavera trouxe todos os receios da pandemia e o primeiro confinamento em Portugal. Associada à já difícil gestão do ano agrícola, foi necessária uma grande adaptação. A Primavera amena permitiu um ótimo desenvolvimento das videiras. Em Julho, as condições mudaram e vivemos um dos meses de Julho mais quentes de que há registos. Foi um desafio para as videiras, onde, em castas como a Tinta Barroca, se verificaram escaldões solares. Em meados de Agosto, as temperaturas baixaram e houve alguma precipitação, o que permitiu encetar o final da maturação com algum conforto.
A vindima iniciou-se no Douro Superior, a 12 de Agosto com as castas brancas. No Cima Corgo, a vindima iniciou-se com as castas brancas, a 31 de Agosto.
Origem das uvas:
Plantadas na encosta do Vale do Rio Sabor, as uvas que compõem o Douro Superior tinto 2020 são provenientes da Quinta Vale do Sabor, no Douro Superior, tendo as suas vinhas têm entre 20 a 35 anos.
Vinificação e envelhecimento:
Após a vindima manual, na Quinta Vale do Sabor, as uvas são desengaçadas. Metade do lote é pisado em lagares de granito e, posteriormente, fermentado em cubas inox. O restante lote é totalmente fermentado em cubas de inox, durante 10 a 15 dias, em temperaturas controladas entre 22ºC e 27ºC. Após a fermentação alcoólica, é feita a fermentação malolática. O vinho estagia durante 14 meses em barricas de carvalho francês, de 2 a 5 anos.
Notas de prova:
O Vale D. Maria Douro Superior tinto 2020 apresenta uma cor rubi intensa. Os frutos vermelhos típicos do Douro Superior estão incrivelmente presentes no nariz, onde se destacam os aromas do fruto preto, como amoras e cerejas, da Touriga Franca, tornando este vinho muito complexo e intenso. Também dominado pelas notas de e por ligeiras notas florais da Touriga Nacional. As notas de baunilha combinam perfeitamente para realçar a textura aveludada deste vinho. Este é um vinho com uma boa estrutura e densidade, com taninos firmes e polidos, muito longo no final de boca.
Este é um clássico Douro Superior ideal para acompanhar uma tábua de queijos, bacalhau assado ou pratos de carne vermelha ou caça.
Detalhes Técnicos
Enólogos
